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A sexualidade para Freud

Freud traz a importância da sexualidade na formação da psique e como fator preponderante para o estudo das psicopatologias.

A sexualidade para Freud

Mesmo no século XXI, ainda é polêmico falar de sexualidade. Aspectos culturais e religiosos influenciam as sociedades, tornando o tema controverso. Apesar disso, ao longo dos tempos, são observadas mudanças no que seria considerada uma sexualidade "normal".

Inicialmente é importante destacar que sexo e sexualidade são termos diferentes. O sexo está ligado à anatomia, à genitalidade e à ideia de masculino e feminino. A sexualidade está além da anatomia e da relação sexual e leva em conta a subjetividade do indivíduo, sua expressão multifacetada e vida psíquica.

Nesse sentido, Freud traz a importância da sexualidade na formação da psique e como fator preponderante para o estudo das psicopatologias. Pesquisadores de outras áreas, como Kinsey, Reich, Foucault, Masters e Johnson também deram importantes contribuições para a compreensão da sexualidade humana.

Com a Psicanálise, Freud muda a forma como a sexualidade é vista nos meios científicos.

“Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905) revoluciona ao abordá-la além da questão reprodutiva, trazendo a ideia de pulsão. Ao mesmo tempo, propõe uma estruturação da sexualidade infantil, que rompe com os paradigmas da época.

Para entender a sexualidade, Freud traz o conceito de pulsão como uma energia que tem origem no inconsciente e é descarregada através de uma ação. No entanto, ao contrário do que ocorre com os animais, não é uma ação instintiva, carregada de uma objetividade congênita. É subjetiva, variando de indivíduo para indivíduo.

As pulsões possuem fontes e formas de expressão diversas desde o nascimento, se apresentando de forma parcial até a puberdade, por estarem ligadas a determinada área do corpo.

A boca aparece como a primeira zona erógena. Atos cotidianos do bebê, como o chuchar, erotizam o corpo e levam a marca da pulsão para vida adulta.

Um conceito muito popular da sexualidade, a libido, se origina da pulsão. Ela é um impulso de desejo que se manifesta na vida psíquica do indivíduo.

Para Freud, as pulsões existem em dois polos distintos: as pulsões de vida (Eros) e as pulsões de morte (Tanatos), respectivamente representando os instintos de vida e os instintos de morte.

Desde o início da sua vida, é natural que o indivíduo comece a explorar seu corpo, seu ambiente e sua relação com os outros, inicialmente os pais, como um modo de autoafirmação. Com isso, suas descobertas vão influenciando suas escolhas ao longo da vida.

A sexualidade não comporta um pensamento único ou códigos cartesianos sobre o que seria um padrão normal. Ao contrário, é um tema amplo que envolve diversidade e multidisciplinaridade.

Antes de tudo, a sexualidade é um movimento do indivíduo em direção ao autoconhecimento, que não se limita à relação sexual e que envolve a expressão da sua própria subjetividade.

Referência: “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” - Sigmund Freud

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