Enquanto navegava na internet, pensava (sim, eu penso!): permanecer dentro de mim mesmo, nesses tempos, está desafiante. Existe no mundo uma busca por “Deus”. E quanto mais se procura esse “Deus”, mais informações surgem para explicar acontecimentos e delinear territórios onde ele possa ser “caçado”.
Sim, esse “Deus” que está “fora”, em algum lugar por aí, está sendo ferozmente caçado e organizações fanáticas oferecem a munição para isso. E quanto mais acreditam que a sua crença é a única verdadeira, mais obstinados se tornam seus exércitos. A urgência em “achar” esse "Deus" é a justificativa do próprio poder que eles acreditam que devem exercer sobre os demais.
“Deus” está cada vez mais cheio de regras, casto e vingativo. E, ao mesmo tempo, inatingível. E eis que surgem “mensageiros” que, supostamente, têm algum tipo de “credencial divina” para fazer a ponte divino-humano. Verdadeiros “atravessadores” dessa negociação entre outros humanos, pecadores e insignificantes, e o "Todo Poderoso". E há até quem pague com a própria vida para chegar a “Ele”.
Como dizem que é arriscado não acreditar nesse “Deus”! Torna-se marginalizado quem não o aceita nas formas disponíveis no mercado. Afinal, “Ele” foi fabricado justamente para que a gente não precisasse assumir a responsabilidade pela nossa própria vida.
E a grande maioria ainda prefere consumir esse "pacote pronto", aceitando até atitudes abomináveis, mas tudo em “Seu nome”. E saem por aí como ovelhinhas, ora alegres ora angustiadas, que não assumem os próprios desejos e paixões para não se perderem do resto do rebanho.
(LH)
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