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Todas as Experiências são Caminhos


É um ato de autenticidade assumir que não quero escolher nenhuma opção que está aí fora.

Vivo em um mundo em que uma multidão caminha para "lá". Outras, para "ali", onde disseram ser um "bom caminho". Alguns cruzam minha jornada, mas não usaram os mesmos "sapatos" que eu usei. Muitos vão a pé. Outros, ajoelhados. Poucos apenas passeiam... Muitas vezes, é estranho se ver num caminho diferente da grande maioria. É como falar uma língua estrangeira no próprio país de origem para se comunicar com pessoas também nativas. Alguns até param para ouvir a língua diferente; acham bonito até, mas não conseguem entender o que é dito. Outros criticam essa língua por ameaçar todo o "estudo linguístico" que tem sido feito há anos. Seria como uma ameaça ao "status quo". Cercada de tantas ideias, de tantos caminhos, aqui estou eu: sentindo-me estrangeira em meu próprio habitat. E, paradoxalmente, estou cada vez mais à vontade dentro de mim mesma. É um desafio e tanto viver nesses tempos. E que tempos incríveis também são esses! É desafiante interagir em um mundo com inúmeras opções de escolha.


Em contrapartida, é um ato de autenticidade assumir que não quero escolher nenhuma opção que está aí fora. Assim, parece que estou fazendo nada aos olhos dos outros. Mas há tanta coisa acontecendo aqui dentro de mim... Nesse mundo de vários tons, gostos, cheiros, sons e sensações, não há um caminho melhor a escolher. Todas as experiências são caminhos. Ilimitados... Vou criando o meu próprio. E, em vez de sapatos, agora, pés descalços.

(Aline Bitencourt)



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