Quando estou comigo mesma respirando com consciência, é frequente perceber minha mente querendo facilitar e controlar a minha experiência de respiração. Então, respiro fundo tentando dar aquele “salto” onde a mente, enfim, se entrega dizendo: "Desisto, pode respirar sozinha". Mas ela permanece aqui me orientando...
Tinha a sensação de que estava vivendo apenas num quarto de uma grande casa. Mas não compreendia bem o que seria isso. Talvez fosse pelo fato de que comecei a viver “sem agenda” esses últimos tempos, sem prever o que farei nos próximos meses e anos.
Eu me debatia com a minha mente, que apenas consegue ver o óbvio e não percebe nada “palpável” diante de mim. Então, me deixava levar pela sensação de estar limitada e entrava num dilema para me forçar a criar asas para sair imediatamente desse quarto.
Em um momento de respiração consciente, me dei conta de que, muitas vezes, eu me exigia muito, me esforçando a me expandir, como se o momento atual não estivesse "bom". Em algum tempo no futuro as coisas estariam "melhores".
Então, respirando com consciência, eu me permiti simplesmente prestar atenção na minha respiração sem me exigir nada. Parecia que eu estava me expandindo pelos cômodos da “grande casa”, enquanto meu corpo permanecia deitado, me apoiando nessa experiência. Compreendi que estou exatamente onde escolhi estar. Sem mais exigências. O Agora é o meu "melhor" tempo.
(Aline Bitencourt)
Comments