Ouvi de uma notória atriz, ao ser convidada para um debate em um programa de televisão, que o “problema” de grande parte da população é de “classe social”, ou seja, é uma “questão econômica”. E se debatia o fato de ser “branco” ou “negro” para colocar o último na posição de “vítima”.
A questão relacionada à classe social até ocorre de certa forma. Políticas sociais de cunho meramente “assistencialista” não solucionam problema algum. Existe toda uma questão histórica (e complexa) que influencia na formação da sociedade brasileira.
Assistindo aos comentários dessa atriz, apenas gostaria de perguntar: quantos atores negros, índios e pardos estão contratados na emissora em que ela trabalha? E, desses, quantos têm lugar de destaque nas produções? Usando como referencial a televisão brasileira, o Brasil é um país de “brancos”.
Quando se chega a um país, uma das formas de se conhecer o seu povo é ligando a TV e assistindo a algum programa local. No Brasil, atores, apresentadores e comerciais veiculados estampam um tipo físico e um padrão predominantemente “caucasiano”, que representa apenas uma parte da nossa população. “Por coincidência”, é esta parcela que está mais acima na nossa “pirâmide social”.
Então, digo: não fica muito difícil de perceber que existe uma questão “racial” inserida nesse fator “econômico” e, em algum momento, esses pontos se confundem. Não precisamos de “aprofundamento teórico” para enxergar isso. Por isso, "Dona atriz", não queira difundir a ideia de que somos uma nação sem preconceito e racismo.
(LH)
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