Eu tenho uma caixa de abelhas que fica no jardim. As abelhinhas voam entre as orquídeas e os pássaros que vêm beber o néctar que eu deixo lá. É uma delícia ficar em casa na companhia desses seres tão queridos!
Eu adoro quando um passarinho voa perto de mim e atravessa a casa já familiarizado com o ambiente. Eu sinto tanto amor pelos pássaros, abelhas e plantas! Mas percebi que tenho muito controle também em relação a eles. Num dia nublado, acordei e dei bom dia a todos no jardim. E notei que a passagem onde as abelhas entram e saem da caixa estava fechada. Então, pensei: “As abelhas estão presas!”. Imediatamente, abri a passagem para as abelhas saírem. Mas elas não saíram. Talvez porque era um dia chuvoso. A passagem estava fechada por algum motivo. Ao abri-la, percebi que eu interferi na atividade das abelhas. Cada experiência tem seu movimento de mão dupla: se há interferência, há "permissão" para que isso ocorra em algum nível. Portanto, não há erros sobre interferir. Mas eu comecei a ter consciência de como também controlei a experiência de algumas pessoas em várias situações.
O controle é uma distração porque temos a tendência de querer cuidar da vida dos outros ao invés da nossa própria vida. Quantas vezes eu agi com controle achando que era "em nome do amor"!
Todos os seres são independentes por natureza. Por isso, agora, respiro com consciência para sentir primeiro cada situação que vivencio antes de fazer ou não fazer alguma coisa. Quando nos honramos e honramos as pessoas e a natureza, interagimos sem tentar interferir.
(Aline Bitencourt)
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