No mar de potenciais, mergulhei
Por um momento, quase perdi o fôlego
No espelho de Yemanjá, me olhei:
Quem Sou Eu?
Decidi me aprofundar mais e mais, mesmo com resfôlego
Cardumes, curiosos, se aproximaram:
O que ela faz? Como ela vive?
Queriam saber se estava também sofrendo com a correnteza
Não era um peixe, mas nadava com muita proeza
Não queria ser peixe
Muito menos estar num cardume
Só queria viver
Simplesmente viver...
Tarefa essa desafiante que só
Intrigava os habitantes do mar
E fazia suas cabeças darem um nó
Para estar no mar, não precisa ser peixe
Para viver seus potenciais, não basta apenas mergulhar
Pois cardumes que sobrevivem na correnteza
Muitas vezes, só fazem barulho
Espiam o silêncio de quem não quer fazer parte dele
De quem se atreveu ao mergulho
Mas não só de mergulho se faz a expansão
Faz-se de vida vivida
Vida de dentro sentida
Em carne, osso e respiração
(Aline Bitencourt)
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