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Vamos falar de angústia?

A angústia é um afeto basilar para a psicanálise.

Vamos falar de angústia?

É comum estarmos de frente à televisão ou na internet e nos depararmos com reportagens que falam sobre o aumento das crises de pânico ou sobre os “transtornos de ansiedade”. Mas, poucas vezes, nessas reportagens, nos deparamos com o termo angústia.

A angústia é um afeto basilar para a psicanálise. Por um lado, é um sentimento natural por ser inerente à própria existência humana. Por outro, ela pode atingir o espectro psicopatológico se manifestando em forma de pânicos, fobias, depressões etc.

A questão existencial é própria do ser humano. Ao longo da vida, ele vai se questionar sobre a morte, o envelhecimento, as pandemias, as guerras. Também vai se comparar aos outros humanos, na forma com eles levam a vida, ainda mais em tempos de redes sociais, na qual são criados cenários de vidas perfeitas.

O termo alemão para angústia é angst, que também pode ser utilizado para medo. Mas o medo, diferentemente da angústia, está relacionado a algo que podemos nomear. A angústia também é mais abrangente que a ansiedade, que está vinculada a um anseio ou temor de algo futuro, um temor com um objeto não tão definido como o do medo.

Podemos dar um exemplo do sujeito “bem-sucedido” que é surpreendido com uma sensação de peso na base do pescoço, dificuldades de respiração, arritmia ou aquela transpiração fria sem uma causa aparente. E ele começa a se perguntar o porquê daquilo, afinal ele acredita que tem um relacionamento bom, o emprego que sempre quis, dinheiro na conta...

Mesmo não conseguindo localizar as razões, quem sente angústia não duvida da sensação de impotência frente ao que sente. Com os sintomas presentes, o caminho mais fácil pode parecer “biologizar” a questão. Mas o sintoma é a consequência e artifícios para negá-lo podem gerar mais desequilíbrio. Por isso, a estrutura psíquica do indivíduo - sua subjetividade - precisa ser considerada.

Nesse sentido, é importante que o indivíduo fale da sua própria experiência, por isso a escuta será imprescindível para que ele consiga elaborar o seu processo.

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