O que é real e o que é fantasia no Carnaval?
Mesmo que não sejamos foliões de fato, é nesse clima de suposta subversão consentida que podemos nos dar a chance de encararmos os nossos próprios desejos.
O que é real e o que é fantasia no Carnaval?
Para Nietzsche, as máscaras têm o potencial de fazer com que nos aprofundemos na nossa própria natureza. Com elas, nos sentimos protegidos e autorizados a satisfazermos os nossos mais misteriosos desejos.
Nesse sentido, o brasileiro encontra no Carnaval uma pausa e um alívio para a superficialidade do seu cotidiano apressado. Isso traz a chance de experimentar a liberdade na cadência de suas muitas subjetividades, mesmo que de modo fugaz.
Quando o real e a fantasia se misturam na maior manifestação cultural brasileira, temos a impressão que as desigualdades, os conservadorismos e as opressões ficaram de lado, criando um espaço democrático de riso e de alegria. Coisa cada vez mais rara na cena nacional.
Mas é muito mais além: mesmo que não sejamos foliões de fato, é nesse clima de suposta subversão consentida que podemos nos dar a chance de encararmos os nossos próprios desejos.
Mesmo que tudo termine nas cinzas (ou renasça delas!).