Amor, consumismo e sucesso: uma pausa para sentir o que realmente importa
O que é o amor, se não é algo que se compra ou se conquista?
O que é o sucesso, se não está ligado apenas à aprovação externa?
O que, afinal, é viver de verdade?

Existe a sensação de que estamos sempre contra o tempo. Trabalhamos atrás de “sonhos”, de metas, de reconhecimento. Desde cedo, aprendemos a conquistar coisas para sermos alguém: um bom emprego, um corpo bonito, uma casa confortável, o carro do ano. Para completar essa equação, ansiamos por mais e mais seguidores nas redes sociais. Afinal, ser bem-sucedido é acumular conquistas visíveis aos olhos dos outros.
E o amor?
Até o amor, às vezes, parece só mais uma meta a ser alcançada. Deixamos de lado o amor que traz aceitação e distorcemos o seu real significado em nome das nossas carências e necessidade de controle. O amor entra na mesma variável do sucesso, que está ligado ao “ter”. Só que, em algum momento, não chegamos ao “x” da equação. A conta não fecha. Mesmo depois de alcançar certos objetivos, há um vazio, uma sensação de que ainda falta algo.
É nesse ponto que algumas perguntas começam a surgir:
O que é o amor, se não é algo que se compra ou se conquista?
O que é o sucesso, se não está ligado apenas à aprovação externa?
O que, afinal, é viver de verdade?
Talvez estejamos apenas cansados de tentar nos encaixar. Cansados de buscar fora aquilo que nunca tentamos achar dentro de nós. Cansados de uma vida onde até o amor virou artigo de consumo, e o sucesso, um escudo para a gente se sentir seguro.
Mas há algo que nunca perdemos: o sentir.
Quem já parou por um instante – desligou-se do barulho do mundo, soltou as expectativas e simplesmente respirou – sentiu o potencial de algo muito mais verdadeiro e que não tem a ver com nada que venha de fora de nós mesmos. E não vem da mente. Vem de um lugar que reconhece que a nossa vida não precisa ser uma luta contra o relógio. Que o amor não é algo que precisamos merecer, mas algo que já temos dentro de nós. Que o sucesso real tem a ver com autenticidade, com estar presente na própria vida – mesmo quando o mundo lá fora ainda corre.
Talvez o maior ato de coragem hoje seja não estar no “automático”.
Talvez amar de verdade comece por parar de negociar a própria essência para ser aceito.
Talvez o verdadeiro sucesso seja se permitir viver uma vida que tenha alma, mesmo que isso não se encaixe no padrão esperado.
No fim das contas, estamos todos buscando a mesma coisa: sentir que estamos vivos, que somos amados, que nossa existência faz sentido. E isso não se compra. Isso se permite.
(LH Albuquerque)